Pensar em cidade contemporânea é pensar em cidade em movimento. Porque a essência mesma da cidade é possibilitar o encontro. Durante três mil anos nos movimentávamos na cidade apenas a pé ou a cavalo, e o espaço urbano era o espaço destinado a todas as atividades. Mas o final do século XIX viu o surgimento do transporte mecanizado na cidade. E o século XX acreditou que criar a mobilidade urbana era criar redes monofuncionais independentes dos lugares pelos quais transitavam. Realizaram-se, então, estradas que cortaram os perímetros urbanos, vias férreas e metrô, fazendo explodir as cidades e seus espaços de encontro e de intercâmbio. Feitos para aproximar os espaços, esses meios de transporte os cortaram em pedaços. Feitos para ligar os homens, eles frequentemente os isolaram ainda mais uns dos outros.
Hoje, se trata de recompor a cidade em volta das redes que lhe dão vida, que lhe dão sentido. Nosso dever fundamental, nossa responsabilidade perante a história é inventar a cidade de todos os encontros. Lugares em que o encontro do outro, daquilo que o outro produziu, transforma os seres e molda a sociedade.
Jean-Marie Duthilleul, arquiteto e presidente AREP.
Apostila do simpósio internacional França no Brasil 2009
quinta-feira, 15 de abril de 2010
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